domingo, 26 de junho de 2011

HUMANIZAÇÃO


Pensar em Humanização é pensar a partir de experiências vivenciadas e essa é a marca do trabalho de uma equipe de saúde preocupada em integrar a sua prática a garantia da qualidade do atendimento prestado e a democratização de direitos como exercício de cidadania, no CMS Marcolino Candau.

Nessa perspectiva o conteúdo que se segue aponta para uma gestão participativa, onde a integridade das ações nasce comprometida com o diálogo, propondo um espaço plural que assegure a comunicação interna e externa da Unidade e o direito de ser tratado com respeito e dignidade.

Na busca de um novo caminho para ampliar nossas ações, estabelecemos como estratégias reuniões sistemáticas de Chefias. Estas acontecem todas às 4a feiras e tem como eixo condutor a construção de um espaço interativo que assegure a comunicação, a troca e a difusão do conhecimento. Desta forma, tendo como perspectiva desobstruir escutas viciadas e romper com o imediatismo através do lúdico (dinâmica de grupo) aprendemos a lidar com as ambiguidades e sentimentos contraditórios gerados muitas vezes ao lidar com potencialidades do serviço e suas limitações.

Nesse espaço interdisciplinar o pensar e agir é um processo permanente de descoberta e reflete em sua dinâmica a energia, o espírito de ousadia e a disponibilidade interna de um conjunto de chefias no sentido de entender o novo, vencer desafios e trabalhar sentimentos aflorados no cotidiano da prática. O lúdico permite que no simbólico trabalhemos nossos sentimentos e atitudes frente as dificuldades e limitações da prática. Na parceria construída criamos um caminho de expressão com liberdade e prazer, repleto de possibilidades para criar, recriar, - organizar, reorganizar construir e reconstruir nossas ações e o compartilhar possibilita a sintonia e a criação de  um espaço mais horizontalizado de aproximação do conjunto de servidores da Unidade, permitindo que estes se tornem agentes modificadores de sua própria ação na busca pela excelência da qualidade do serviço.

É nessa perspectiva que, ainda pensando na comunidade interna, temos como proposta a criação de um acompanhamento periódico de nosso funcionário, visando com isto conhecer sua situação de saúde e as causas dos BIMs prolongados. No momento, a ideia ainda está em fase de amadurecimento e o que oferecemos ao servidor é a possibilidade de sua inserção no atendimento a partir da procura espontânea.

Em relação a comunidade externa do Centro de Saúde, ora descrevemos as estratégias adotadas para humanização de nossos serviços. A porta de entrada, o acolhimento é onde tudo começa.

A necessidade de dar resolutividade a todo contingente que procurava a Unidade, de forma a responder tanto no atendimento imediato, como na inserção no fluxograma dos serviços oferecidos pelo CMS e o restante da Área programática, ousamos organizar uma triagem qualitativa, onde a população que demanda ao CMS é recebida por profissionais treinados e reconhecidos tecnicamente pela equipe. Optamos inicialmente por utilizar os profissionais médicos e enfermeiros já preparados segundo sua formação e  capacitados  para executarem a triagem qualitativa. Incluímos posteriormente os Assistentes Sociais, visto que empiricamente estes profissionais já exerciam a função de facilitadores na inserção do usuário ao serviço. Num processo de expansão essa equipe foi acrescida do profissional de Saúde Bucal.

Atendendo a todas as pessoas que procuram o serviço, assumimos a função precípua de acolher, escutar e dar respostas positivas capazes de resolver os problemas de saúde do usuário que chega a nosso Centro de Saúde. Desta forma criamos possibilidades para o restabelecimento de uma relação de confiança e apoio ao usuário.

È importante ressaltar que ao implantar a triagem qualitativa, a equipe do acolhimento passa a ser o centro da atividade no atendimento ao usuário e tem como eixo condutor de sua ação parâmetros humanitários de solidariedade e cidadania.

No que tange os programas de saúde, alguns pontos críticos foram priorizados e trabalhados para construção de um processo de vigilância da saúde.

Nas atividades assistenciais individuais e coletivas insere-se as atividades de promoção em saúde, tais como:

PLANEJAMENTO FAMILIAR - Reflete em sua metodologia a perspectiva de ousar, construir, disseminar concepções que assumem enquanto direito a descoberta do corpo, da sexualidade e do prazer sem que isto se torne eixo. Socializando informações e métodos contraceptivos, possibilitamos à mulher tornar-se sujeito de sua própria história, semeando o direito de optar com consciência e liberdade na vida sexual.

TIG (Teste Imunológico de gravidez) - oferecido diariamente na ginecologia a todas as mulheres que procuram o serviço para realizarem o exame e, a partir do resultado a usuária é agendada para o pré-natal ou lhe é oferecido a possibilidade de participar do Planejamento Familiar caso não fosse o seu desejo engravidar.

CONSULTA COLETIVA PARA GESTANTE - Tendo por objetivo ampliar a porta de entrada ao serviço e possibilitar uma ligação mais consciente entre profissional e usuárias, o grupo funciona como porta de entrada do Pré-Natal. A consulta coletiva é vista como um canal importante de conhecimento das necessidades e expectativas das gestantes, e incorpora na prática educativa os desafios e lutas constantes pela redução do risco de Mortalidade Materna e Perinatal.

ATENDIMENTO AO ADOLESCENTE - As ações vêm sendo implementadas regularmente no Centro de Saúde. Além do atendimento médico diferenciado, de acordo com o protocolo preconizado pelo PROSAD/SMS/RJ, a Unidade oferece ao adolescente acesso ao preservativo masculino e a informações sobre saúde reprodutiva através do Projeto Vista a Camisinha.

GRUPO DE ADESÃO - Entendendo a prevenção e assistência ao HIV e AIDS enquanto uma política universal do campo da saúde pública e dos direitos humanos, o Grupo de Adesão no CMS Marcolino Candau, surge como espaço estratégico de construção coletiva de um aprendizado social e democrático dos direitos de pessoas vivendo com AIDS, numa perspectiva diferenciada que não somente garante medidas de adesão ao tratamento como também de forma dinâmica estabelece esse processo de adesão com o direito de cidadania. Envolve momentos de discussão das dificuldades enfrentadas por usuários quanto a terapêutica adotada e o desenvolvimento de oficinas de vivências enquanto espaço para descontruir velhos estigmas e reconstruir coletivamente a auto estima no cotidiano dos usuários soropositivos.

GRUPO DE HIPERTENSÃO E DIABETES - Tem por objetivo acompanhar e esclarecer os usuários sobre os riscos da doença sensibilizando para importância da regularidade do tratamento e da importância da mudança no estilo de vida, para a prevenção de agravos maiores à saúde.

DOT - Programa de Humanização de atendimento do paciente com tuberculose. Este programa funciona a partir da identificação dos casos de pacientes que necessitam de acompanhamento mais intenso durante o tratamento para tuberculose, evitando abandono por diversas causas, entre elas: efeitos adversos, preconceitos, etc.. Este programa tem como principal componente de humanização o estímulo do vínculo entre a equipe e o paciente, procurando abordagens verdadeiramente educativas, onde existem trocas, de tal forma que o paciente participa e é co-responsável ao longo do tratamento.

MASSOTERAPIA - tem como objetivo levar o indivíduo entrar em contato com a sua natureza física, psíquica e energética, resgatando sua auto estima através do auto conhecimento. No momento, prioriza a população idosa, hipertensa/diabética, portadores de HIV e os funcionários do CMS, fazendo parte do "Programa de Ampliação do Olhar e da Escuta do Paciente Interno". Este programa tem abordagem individual e coletiva.

GRUPO DO IDOSO - O trabalho com um grupo de idosos do CMS, teve inicio em Agosto de 1992, em face do grande número de idosos que eram atendidos no ambulatório de nutrição, na sua grande maioria poliqueixosos, desestimulados e sem vida social. A partir desta observação foi iniciado o trabalho que tem como objetivo manter a autonomia e a independência dos participantes do grupo visando um envelhecimento digno através de estimulação de medidas preventivas, palestras educativas, acompanhamento nutricional, socialização e resgate dos direitos de cidadão.


GRUPO DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL (para sobrepeso e obesidade) - Os hábitos alimentares são parte de nossa história de vida e modificá-los para atender as necessidades de saúde é uma tarefa difícil sem o apoio profissional. Este grupo busca através da problematização do comportamento alimentar favorecer a pratica de comportamentos e hábitos promotores de saúde, valorizando a dimensão sociocultural e subjetiva dos usuários sobre sua própria alimentação possibilitando as escolhas saudáveis em seu cotidiano. Os interessados devem marcar um consulta individual para o aconselhamento dietético  e sua inclusão na agenda do grupo. O público alvo é: criança, adolescente e adulto com diagnóstico nutricional de sobrepeso ou obesidade.


RECEPÇÃO PARA PSICOLOGIA INFANTIL - Grupo de recepção em psicologia infantil para definir o atendimento do setor, pois a famosa "lista de espera", além de afastar os usuários da equipe técnica, dificulta o controle social e gera atritos. Este grupo pretende dirimir dúvidas, esclarecer relações e preconceitos, bem como avaliar o binômio família-criança no contexto social.

DENTESCOLA - Este projeto é de Promoção da Saúde e prevê interfaces setoriais com outras secretarias, órgãos públicos e privados. Junto com este Projeto da SMSDC, este CMS está participando com sua equipe de odontologia.

GRUPO DE TABAGISMO - O controle do tabagismo segue uma estratégia específica para auxiliar ao fumante a vencer obstáculos, parar e permanecer sem fumar. Em nossa Unidade de Saúde a equipe que coordena agenda uma entrevista com os interessados desde que morem nos bairros do Catumbi, Estácio, Rio Comprido e Cidade Nova e deixem seu telefone para contato. A seguir o grupo é o espaço lúdico onde os participantes vivenciam suas possibilidades e limites frente seus objetivos para permanecer sem cigarro. O atendimento individual a partir daí é garantido para evitar recaídas e retorno ao fumo.

Ainda dentro de uma perspectiva de integralidade de forma equilibrada e dinâmica temos como metas ratificar parcerias comunitárias junto às Associações de Moradores da III RA.

Cabe  ressaltar que as equipes de PSF e PACS de nossa área de abrangência tem um importante papel na construção desta proposta.    

Finalmente, em conjunto com a gerência da saúde da criança, iniciamos treinamentos para sermos uma Unidade Básica Amiga da Amamentação no CMS. Já temos quase metade dos servidores capacitados e a prática de estímulo ao aleitamento já está inserido na nossa rotina. Este projeto, além de resgatar o direito da criança ao leite materno, talvez o primeiro ato cidadão do indivíduo, intensifica vínculos afetivos que vão ser usados por toda vida! É nossa intenção ser no futuro, uma unidade "Amiga da Criança", mas é a partir de hoje, em nossa prática, que podemos ser uma unidade que tem escuta para a criança e sua mãe!

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